O envolvimento do paciente é um componente central da reformulação e melhoria dos cuidados de saúde.
Compreender a comunicação e a troca de informações entre pacientes e médicos é um precursor necessário para envolver efetivamente os pacientes em seus cuidados.
Com o rápido avanço na tecnologia da comunicação, foram introduzidos novos meios de informação em saúde. Quando os pacientes têm dúvidas, eles recorrem a várias fontes antigas e novas (amigos, familiares, profissionais médicos, sites de saúde e mídias sociais).
Os médicos têm sido a fonte central de informação nas últimas décadas, em parte devido aos altos níveis de confiança concedidos à profissão. A confiança é um componente essencial de qualquer relacionamento terapêutico, sendo mediada pela comunicação centrada no paciente (CCP), que nada mais é do que um entendimento mútuo entre médicos e pacientes em relação às necessidades, valores e perspectivas de saúde, demandando compartilhamento de poder e responsabilidade.
Nos EUA, o Conselho Americano de Medicina Interna (ABIM) criou, em 1989, uma instituição operacional que implementa projetos de fomento ao profissionalismo médico, com a intenção de promover maior qualidade aos cuidados de saúde. Em 2016, a ABIM divulgou uma campanha chamada Choosing Wisely, que em português seria algo como “Escolha Consciente” ou “Escolha com Sabedoria”, elencando uma série de perguntas centrais que o paciente deve fazer ao médico, antes de um exame, de um procedimento ou de um plano de tratamento.
Em linhas gerais, é preciso que o paciente compreenda o seu quadro clínico, assim como a proposta de cuidados a que será submetido.
Isso pode ser facilitado através de 5 perguntas:
1) Eu realmente preciso desse teste ou desse procedimento?
2) Quais são os riscos e efeitos colaterais?
3) Existem opções mais simples e mais seguras?
4) O que acontece se eu não fizer nada?
5) Quais serão os custos? O meu plano irá reembolsar?
Em suma, devemos estar atentos aos processos dinâmicos contínuos que fundamentam o melhor cuidado de saúde, tendo em mente que a comunicação efetiva deve respeitar os pilares de CARACTERÍSTICAS DO PACIENTE, MELHOR EVIDÊNCIA CIENTÍFICA DISPONÍVEL e EXPERTISE DO PROFISSIONAL.
Asan O, Yu Z, Crotty BH (2021) How clinician-patient communication affects trust in health information sources: Temporal trends from a national cross-sectional survey. PLoS ONE 16(2): e0247583. https://doi.org/10.1371/journal. pone.0247583